BOLSONARO, O GOVERNO DAS FORÇAS ARMADAS
Até sexta-feira ás 19h, Bolsonaro já havia indicado 20 ministros para compor o seu governo. Em campanha ele anunciou no máximo 15 ministérios. Deles, oito são militares de carreira e três têm relação com as Forças Armadas, como o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que é político, mas foi médico militar, no posto de tenente, no Hospital Central do Exército (HCE).
Os anúncios confirmam a tese de que o novo governo será essencialmente militar e que os riscos de politização das Forças Armadas com o comando do executivo sendo entregue a generais pode fazer com que o país venha a sofrer um golpe de Estado caso decisões tomadas pelo governo venham a ser contestadas nas ruas.
A escolha do juiz Sérgio Moro para um ministério com esta coloração não foi por acaso. Ela visa garantir um acordo tácito com a Lava Jato e com parte da Justiça brasileira que tem o curitibano como referência.
Além disso, Moro está trazendo para o seu ministério em cargos de alto escalão diversos delegados da Polícia Federal, órgão estratégico para operações que podem encurralar adversários políticos.
Por outro lado, se Bolsonaro não terá problemas com o Congresso no primeiro momento por conta da chamada lua de mel que governantes recém eleitos costumam ter, no médio prazo há crise à vista. Muitos partidos políticos não foram contemplados com cargos importantes e, inclusive, aliados de primeira hora, como o senador Magno Malta (PR) ficaram a ver navios.
Até esta decisão de alto risco, se vista de uma maneira mais ampla, pode ser um recado. A aliança prioritária de Bolsonaro é com as Forças Armadas e num segundo plano com a Justiça e a PF. E o resto que engula isso ou que se arrisque a ir para oposição, onde terá tratamento semelhante ao que o PT tem tido desses poderes.
A seguir, conheça o ministério anunciado por Bolsonaro que ainda deve ter mais duas indicações durante os próximos dias.
Onyx Lorenzoni: Médico veterinário, luterano.
Paulo Roberto Nunes Guedes (Economia) – Economista de 69 anos defende a menor participação possível do Estado na economia.
Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) – O juiz de 46 anos ganhou projeção nacional ao julgar processos da Operação Lava Jato na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba (PR).
General Augusto Heleno (Segurança Institucional) – O militar de 71 anos chegou a ser cotado para vice na chapa e ministro da Defesa, mas assumirá a pasta da Segurança Institucional.
Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) – O primeiro e único astronauta brasileiro a ir ao espaço é tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB), atualmente na reserva.
Tereza Cristina (Agricultura) – Atual presidente da bancada ruralista, é engenheira agrônoma e empresária.
General Fernando Azevedo e Silva (Defesa) – O militar da reserva de 64 anos foi chefe do Estado-Maior do Exército e de Operações na Missão da ONU no Haiti.
Ernesto Araújo (Relações Exteriores) – É diplomata de carreira há 29 anos. Atualmente, é diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos.
Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) – Nascido em Belo Horizonte, foi reeleito deputado como o mais votado de Minas Gerais.
Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior (Minas e Energia) – É Almirante de Esquadra e Diretor Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha.
Wagner Rosário (Transparência e CGU) – É o atual ministro da Transparência e CGU e permanecerá no cargo.
Luiz Henrique Mandetta (Saúde) – Cursou medicina no Rio de Janeiro, fez residência em ortopedia com especialização em ortopedia nos EUA. Foi médico militar, no posto de tenente, no Hospital Central do Exército (HCE).
André Luiz de Almeida Mendonça (AGU) – Advogado com pós-graduação em Direito pela Universidade de Brasília.
Gustavo Bebbiano (Secretaria Geral da Presidência) – O advogado de 54 anos é um dos conselheiros do presidente eleito e foi uma das figuras mais próximas dele durante a campanha.
Ricardo Vélez Rodríguez (Educação) – Nascido na Colômbia, está no Brasil desde 1979. É professor aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) – Natural de Rio Grande (RS), 66 anos, é engenheiro e general.
Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) – Formou-se em Ciências Militares pela Academia Militar dos Agulhas Negras (AMAN).
Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional) – É formado em engenharia da computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em direito pelo UniCeub (Centro Universitário de Brasília).
Osmar Terra (Cidadania) – Ministro do Desenvolvimento Social entre maio de 2016 e abril deste ano.
Roberto Campos Neto (Banco Central) – É diretor do Santander. Graduou-se em economia com especialização em economia com ênfase em finanças, cursos realizados na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
*Ppr Revista Forum
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